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Governo do Amazonas lança os programas “Pró-Engenharias” e “RHTI”

Na próxima segunda-feira, 9 de julho, às 15h, iniciam as atividades do Programa Estratégico de Indução à Formação de Recursos Humanos em Engenharias no Amazonas (Pró-Engenharias) e ao Programa Estratégico de Indução à Formação de Recursos Humanos em Tecnologia da Informação (RH-TI). A abertura da solenidade dos programas será realizada no Instituto de Educação do Amazonas (IEA), no Centro de Manaus, com a participação do governador Omar Aziz.
 
Com investimentos da ordem de R$ 1,6 milhão (R$ 800 mil para cada programa), o Pró-Engenharias e o RH-TI consistem em uma iniciativa do Governo do Amazonas por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), em parceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti-AM) e Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
 
Os programas consistem em estimular estudantes da rede pública de ensino, a partir do segundo ano do Ensino Médio, a seguirem carreiras acadêmica e profissional, respectivamente, nas Engenharias e na área de Tecnologia da Informação, por meio de atividades orientadas em escola da rede pública estadual de ensino sediada na cidade de Manaus.
 
De acordo com secretário da Seduc, professor Gedeão Amorim, os programas que serão desenvolvidos de forma inédita no Amazonas, foram planejados almejando formar futuros profissionais de qualidade para áreas cujo mercado está em expansão. “As áreas de engenharia e de tecnologias da informação são pujantes e merecem uma atenção especial por parte dos jovens que estão em vias de concluir o ensino médio. Com o desenvolvimento dos dois programas – ProEngenharias e RH-TI – queremos oferecer acompanhamento especializado aos estudantes para favorecer o surgimento de bons profissionais, com base diferenciada para ser bem sucedidos desde o ingresso no ensino superior”, explicou o secretário.
 
Segundo a diretora-presidenta da FAPEAM, Maria Olívia Simão, a meta é investir na formação de massa crítica que contribua com o crescimento da inovação tecnológica no Estado. “Sem engenheiros não fazemos industrialização. Iremos identificar talentos e ajudá-los no processo de formação. A ação será realizada por meio dos programas RH-TI e Pró-Engenharias”, pontuou.
 
De acordo com ela, apesar dos dois programas serem distintos, eles são estratégicos na indução à formação nas duas áreas, no caso das engenharias ele destacou que um dos motivos das ações é a carência dos profissionais nessa área, além de ser um campo estratégico para o desenvolvimento do Estado e do País.
 
“Por conta da carência de engenheiros formados e com perfil de inovação e pesquisa, estamos realizando essas atividades. O foco é fazer com que os alunos desde o Ensino Médio já se identifiquem com a área e comecem a pensar como um engenheiro para se tornar um profissional diferenciado”, frisou.
Segundo o titular da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti-AM), Odenildo Sena o Brasil passa por dificuldades devido à carência de profissionais na área das Engenharias, o que já compromete o desenvolvimento do país, uma vez que é nessa área que surgem as inovações tecnológicas. "Diante desse fato, gestamos esses programas (Secti-AM e FAPEAM) e convidamos a Seduc para integrar essa ação", completou Sena.
“Vale destacar que esses programas são especialíssimos, pois com essas características, são inéditos no país e acreditamos que os mesmos têm tudo para motivar os alunos e professores a trilhar essa estrada para o ensino das Engenharias, continuar ao longo do ensino superior e se houver interesse, na pós-graduação”, afirmou.
De acordo com Sena, o projeto-piloto será iniciado com duas turmas, mas a nossa ideia é sensibilizar outras instituições a assumir novas turmas de maneira a aumentar o contingente de alunos nessas áreas.
 
No total, 80 estudantes (40 para cada área) serão beneficiados com bolsa mensal de Iniciação Científica Júnior Especial, no valor de R$ 190, durante os dois anos do Ensino Médio. Caso o estudante seja aprovado em cursos ofertados por universidade pública ele receberá durante o primeiro ano de graduação, pelo programa ao qual estiver vinculado, uma bolsa de R$ 360. 
 
As atividades vão contar com o auxílio de 12 professores da rede pública de ensino, além de dois doutores, um da área de TI e outro de Engenharia, e mais oito tutores (quatro para cada área), que serão alunos de graduação oriundos de universidades públicas do Amazonas.
 
Atividades
 
Durante todo o segundo semestre deste ano e todo o ano letivo do próximo, cada um dos alunos selecionados se dedicará às atividades, para isso a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), por meio do IEA, montou toda uma estrutura de salas de aula e laboratórios para receber os estudantes, pelo menos, três vezes por semana para a realização de atividades práticas exclusivas correspondentes às disciplinas de Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Matemática, Física, Química e Filosofia, trabalhadas de forma interdisciplinar por professores da rede pública.
 
As bolsas e o auxílio-financeiro para custear as atividades dos programas são financiados pelo Governo do Amazonas, por meio da FAPEAM. Os recursos para o financiamento do programa RH-TI são provenientes de um convênio firmado entre a FAPEAM e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Os dois programas são desenvolvidos em parceria com a Seduc e com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (Secti-AM).
 
A matemática é o setor tecnológico
 
O projeto desenvolvido no Estado do Amazonas converge com os dados apresentados numa reportagem divulgada pela Folha de São Paulo, em 27 de junho, que aponta que a falta de capacitação da mão de obra, principalmente em matemática, pode frustrar a expectativa do setor de tecnologia de aumentar as exportações em 8% ao ano.
 
A reportagem cita que com o mercado de trabalho empregando 1,2 milhão de profissionais, o Brasil forma 85 mil, segundo a Brasscom (associação das empresas de tecnologia). O México, principal rival regional, forma 115 mil profissionais da área e tem 600 mil vagas.
 
Para mover o setor, que cresce 10% ao ano, mas ainda exporta pouco, as empresas precisam de funcionários capacitados. A Brasscom calcula que o País fechará o ano com 115 mil vagas abertas.
 
Os dados fazem parte do 'Estudo Comparativo sobre o Ambiente Institucional de Negócios na América Latina', apresentado durante o Encontro Nacional do Comércio Exterior de Serviços (Enaserv), que apontou características entre os países mais competitivos. O estudo aponta que os pontos fracos nessa área são a instabilidade cambial e o alto custo de eletricidade e de serviços de telecomunicação. Nenhum dos gargalos, no entanto, se compara ao da mão de obra, amplificado pela deficiência na educação básica. A dificuldade em lidar com problemas de matemática reduz ainda mais a quantidade de profissionais que podem ser contratados.
 
Mercado de TI
 
Com receita de US$ 102 bilhões, o mercado interno brasileiro de TI é o maior entre latinos e o sétimo do mundo. Alguns pontos fracos do Brasil podem atrapalhar, como a falta de formação básica.
 
Para trabalhar com TI, é necessário, por ordem de importância, ter domínio de matemática, de lógica de programação (para escrever linhas de código) e de inglês.
 
Segundo Bruno Guiçardi, diretor de operações da Ci&T, empresa sediada em Campinas, até o ano passado a empresa fazia uma curso de qualificação com 400 estudantes, mas ao final conseguia reter apenas 10%.
 
Depois de tantas tentativas infundadas, professores relataram que o problema era, na verdade, a deficiência dos alunos em matemática, contou Guiçardi.
 
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