Pela primeira vez, estudante surdo de escola pública do Amazonas representará o Estado no Programa Parlamento Jovem Brasileiro, em Brasília
Em 15 edições, esta é a primeira vez que o Amazonas terá um estudante surdo de escola pública representando o Estado na etapa nacional do Programa Parlamento Jovem Brasileiro, que acontecerá no próximo mês de setembro, em Brasília.
Com um Projeto de Lei que visa garantir ao surdo o direito de ter acesso à capacitação em cursos de idiomas por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras), o jovem Rodrigo Correa Braga, de 21 anos, que é aluno da 2a série do Ensino Médio da Escola Estadual Desembargador André Vidal de Araújo, na Zona Norte de Manaus, foi selecionado entre mais de 50 estudantes da rede pública estadual do Amazonas que se inscreveram na edição do programa deste ano.
Na etapa estadual do programa, o jovem concorreu com outros três alunos por uma vaga na fase nacional. Os projetos de lei elaborados pelos alunos foram avaliados por professores do Centro de Formação da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Surpreso com a escolha de seu projeto para o programa, Rodrigo disse que pretende estudar bastante para representar bem o Amazonas na capital federal.
“Quando me colocaram em um grupo de Whatsapp foi uma surpresa, porque ainda não tinha certeza que tinha sido escolhido, mas para mim foi uma surpresa quando me vi naquele grupo. A minha mãe ficou super feliz, emocionada. Sim, ela sempre teve essa vontade que eu pudesse viajar para Brasília. Sei que vou lutar bastante. Quero ser o representante, quero mostrar o meu projeto e vou continuar estudando e aproveitar essa oportunidade para fazer relações com outras pessoas, ter uma relação de amizade, conquistar outras pessoas também lá”, disse o estudante.
Inclusão
Para o estudante, a escolha do tema do projeto tem uma relevância especial, já que como surdo, compreende as dificuldades que outros jovens como ele e a comunidade surda, de um modo geral, enfrentam no dia a dia.
“Tenho vontade de chegar em Brasília e poder palestrar, poder mostrar meu projeto através da Língua de Sinais. Sei que muitas pessoas vão estar lá falando, mas vou mostrar com a Língua de Sinais, vou mostrar as minhas propostas, a minha cultura, a minha identidade como surdo. É importante que dentro do nosso país, os surdos possam ter oportunidades de aprender outros idiomas, estudar lá fora. Precisamos mudar essa ideia de que o surdo é um ser incapaz. O surdo também consegue, por isso que quero lutar e mostrar que esse projeto vale a pena. Já sofremos demais com isso, com essa falta de oportunidades. Como surdo, quero mostrar que somos capazes”, afirmou.
Ainda segundo Rodrigo, a sua participação no Parlamento Jovem Brasileiro representa também um incentivo para outros alunos surdos que tenham interesse em participar do programa.
“Penso que a comunidade surda precisa de um pouco de incentivo para que esses alunos possam também participar desses eventos. Às vezes, fico que pensando que talvez, futuramente, isso venha a mudar, que possam surgir novas propostas e deixem de achar que o surdo é um ser inferior, mas não é dessa forma. Estou torcendo para que isso mude”, destacou o estudante.
Orgulho
Para o professor e intérprete de Libras da escola André Vidal de Araújo, Cláudio Saraiva, que acompanhou o estudante desde o início do processo de seleção para o programa, o projeto é inovador e foi pensado a partir de uma realidade que não só o jovem, mas que outros surdos vivenciam.
“É um projeto inovador, sim. Quando ele teve essa ideia, ele pensou nele como surdo e pensou nos demais surdos do Brasil, de Manaus. Ele percebeu que as pessoas ouvintes têm mais oportunidades na vida, oportunidade de se qualificarem, de estudarem fora do Brasil e para o surdo fica mais difícil, então esse projeto que ele quer brigar lá em Brasília para tentar ser aprovado, é justamente pensando no futuro dos surdos do Brasil. Esse projeto vem mostrar a importância de dar oportunidades para os surdos estudarem idiomas dentro da própria Língua de Sinais”, explicou o professor.
Saraiva informou ainda que para ele e para outros educadores que trabalham com a educação especial e reconhecem os obstáculos que os surdos, em especial, enfrentam, a notícia de que o aluno teve seu projeto selecionado, é motivo de orgulho.
“Para mim, é uma grande felicidade. Não só para mim, mas todas as pessoas que trabalham nesse meio da educação especial, estão bem felizes por isso, em saber que nosso Estado terá uma pessoa que irá representar a gente lá Brasília e por ser surdo. Nessa área em que trabalho, a gente sabe toda a história dos surdos. Eles sempre foram excluídos da sociedade. Sempre foi negado a eles oportunidades que nós, ditos normais, temos. Para o surdo é algo de comemoração, de felicidade, porque eles sempre lutaram por oportunidades, por querer vivenciar momentos que nós ouvintes vivenciamos no dia-dia”, disse.
O representante da Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino (SEDUC) e coordenador do Programa Parlamento Jovem Brasileiro no Amazonas, Antônio Menezes Braga, afirmou que a Secretaria estará muito bem representada em Brasília.
“Não foi muita surpresa ele ter sido escolhido. Para nós, Secretaria de Educação, vai ser muito importante ter um representante da diversidade. Creio que ele vai nos representar muito bem em Brasília e com certeza algum deputado irá olhar com bons olhos para o projeto e quem sabe, colocá-lo no ensino médio, no futuro”, informou Menezes.
Surpreso com a escolha de seu projeto para o programa, Rodrigo disse que pretende estudar bastante para representar bem o Amazonas na capital federal.
“Quando me colocaram em um grupo de Whatsapp foi uma surpresa, porque ainda não tinha certeza que tinha sido escolhido, mas para mim foi uma surpresa quando me vi naquele grupo. A minha mãe ficou super feliz, emocionada. Sim, ela sempre teve essa vontade que eu pudesse viajar para Brasília. Sei que vou lutar bastante. Quero ser o representante, quero mostrar o meu projeto e vou continuar estudando e aproveitar essa oportunidade para fazer relações com outras pessoas, ter uma relação de amizade, conquistar outras pessoas também lá”, disse o estudante.
Inclusão
Para o estudante, a escolha do tema do projeto tem uma relevância especial, já que como surdo, compreende as dificuldades que outros jovens como ele e a comunidade surda, de um modo geral, enfrentam no dia a dia.
“Tenho vontade de chegar em Brasília e poder palestrar, poder mostrar meu projeto através da Língua de Sinais. Sei que muitas pessoas vão estar lá falando, mas vou mostrar com a Língua de Sinais, vou mostrar as minhas propostas, a minha cultura, a minha identidade como surdo. É importante que dentro do nosso país, os surdos possam ter oportunidades de aprender outros idiomas, estudar lá fora. Precisamos mudar essa ideia de que o surdo é um ser incapaz. O surdo também consegue, por isso que quero lutar e mostrar que esse projeto vale a pena. Já sofremos demais com isso, com essa falta de oportunidades. Como surdo, quero mostrar que somos capazes”, afirmou.
Ainda segundo Rodrigo, a sua participação no Parlamento Jovem Brasileiro representa também um incentivo para outros alunos surdos que tenham interesse em participar do programa.
“Penso que a comunidade surda precisa de um pouco de incentivo para que esses alunos possam também participar desses eventos. Às vezes, fico que pensando que talvez, futuramente, isso venha a mudar, que possam surgir novas propostas e deixem de achar que o surdo é um ser inferior, mas não é dessa forma. Estou torcendo para que isso mude”, destacou o estudante.
Orgulho
Para o professor e intérprete de Libras da escola André Vidal de Araújo, Cláudio Saraiva, que acompanhou o estudante desde o início do processo de seleção para o programa, o projeto é inovador e foi pensado a partir de uma realidade que não só o jovem, mas que outros surdos vivenciam.
“É um projeto inovador, sim. Quando ele teve essa ideia, ele pensou nele como surdo e pensou nos demais surdos do Brasil, de Manaus. Ele percebeu que as pessoas ouvintes têm mais oportunidades na vida, oportunidade de se qualificarem, de estudarem fora do Brasil e para o surdo fica mais difícil, então esse projeto que ele quer brigar lá em Brasília para tentar ser aprovado, é justamente pensando no futuro dos surdos do Brasil. Esse projeto vem mostrar a importância de dar oportunidades para os surdos estudarem idiomas dentro da própria Língua de Sinais”, explicou o professor.
Saraiva informou ainda que para ele e para outros educadores que trabalham com a educação especial e reconhecem os obstáculos que os surdos, em especial, enfrentam, a notícia de que o aluno teve seu projeto selecionado, é motivo de orgulho.
“Para mim, é uma grande felicidade. Não só para mim, mas todas as pessoas que trabalham nesse meio da educação especial, estão bem felizes por isso, em saber que nosso Estado terá uma pessoa que irá representar a gente lá Brasília e por ser surdo. Nessa área em que trabalho, a gente sabe toda a história dos surdos. Eles sempre foram excluídos da sociedade. Sempre foi negado a eles oportunidades que nós, ditos normais, temos. Para o surdo é algo de comemoração, de felicidade, porque eles sempre lutaram por oportunidades, por querer vivenciar momentos que nós ouvintes vivenciamos no dia-dia”, disse.
O representante da Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino (SEDUC) e coordenador do Programa Parlamento Jovem Brasileiro no Amazonas, Antônio Menezes Braga, afirmou que a Secretaria estará muito bem representada em Brasília.
“Não foi muita surpresa ele ter sido escolhido. Para nós, Secretaria de Educação, vai ser muito importante ter um representante da diversidade. Creio que ele vai nos representar muito bem em Brasília e com certeza algum deputado irá olhar com bons olhos para o projeto e quem sabe, colocá-lo no ensino médio, no futuro”, informou Menezes.