Image

ACESSIBILIDADE

ACESSIBILIDADE

ACESSIBILIDADE

Image
Image

Parceria firmada com a SEDUC leva educação indígena diferenciada aos povos Yanomami no interior do Amazonas

Educação indígena diferenciada e que atenda às especificidades dos povos Yanomami é a proposta de um trabalho que vem sendo realizado no Estado do Amazonas por meio da Associação Serviço e Cooperação com o Povo Yanomami (Secoya), em parceria com a Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino (SEDUC). Atualmente, o projeto atende a mais de 250 indígenas, inseridos no 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, nas comunidades localizadas nos rios Marauiá, no município de Santa Isabel do Rio Negro, e Demini, no município de Barcelos. Por meio da parceria firmada com a SEDUC, quatro unidades de ensino exclusivas de atendimento aos Yanomami foram estadualizadas e funcionam como anexos da Escola Estadual Indígena Padre José Schneider, no município de Santa Isabel do Rio Negro, sendo elas: Bicho Açu; Ixima; Pukima Beira; e Pukima Cachoeira. Além destas, as unidades Kona e Raita são unidades que estão em fase de reconhecimento pela SEDUC. educação indígena (6) No município de Barcelos, as unidades de ensino Ajuricaba, Hemaripiwei e Komixipicuei também estão em fase de reconhecimento para tornarem-se escolas estaduais de educação. De acordo com o coordenador geral da Associação Serviço e Cooperação com o Povo Yanomami, Silvio Cavuscens, por meio da educação diferenciada trabalhada com os povos indígenas, crianças, jovens e adultos são inseridos no processo de ensino-aprendizagem. “Nas turmas avançadas, você têm jovens e adultos que participam das aulas, porque como se traz uma educação diferenciada, a gente vai trabalhando em função da demanda do público. Hoje tem lideranças, tem agentes de saúde, que querem ser alfabetizados primeiro na língua (Yanomami) e depois na Língua Portuguesa, e querem participar e interagir nesse processo de valorização da cultura própria, então esses alunos mais velhos participam das aulas junto com as crianças”, explicou. educação indígena (2)   Valorização cultural Cavuscens explica que o projeto busca atender as demandas dos povos Yanomami e o processo de educação visa, acima de tudo, a preservação cultural dos indígenas. “Quando a Secoya iniciou esse programa de educação escolar diferenciada foi no intuito de responder uma demanda dos Yanomami. O povo Yanomami é relativamente de pouco contato, mas eles começaram a perceber que as influências, as interferências e o contato traziam muitos problemas em relação aos quais eles não tinham o mínimo de conhecimento, daí a necessidade de aprender a Língua Portuguesa, de aprender a Matemática e de começar a pensar uma educação que não destruísse a sua cultura, que não os coloque em uma situação de desvalorização da sua autoestima”, ressaltou Cavuscens. Segundo o coordenador, é uma educação que tenta envolver toda a comunidade. “É uma educação que respeita a cultura, no sentido de não ser obrigatória, não ser seriada, das disciplinas e o jeito de fazer a educação ser discutida com os professores, onde há uma interação com a cultura, através dos seus atores (os pajés, as lideranças, as mulheres). Essa interação tenta fazer com que a educação envolva não só a escola, mas toda a comunidade. Essa educação busca, de certa forma, interagir no sentido de garantir direitos e de conquistar mais cidadania”, disse Cavuscens, ressaltando que quem ministra aulas são professores Yanomami, escolhidos pelas comunidades. Ensino Na prática, o trabalho com os Yanomami é dividido em três turmas distintas: Horearewë (engatinhar), em que todo o processo de educação diferenciada é feito na língua materna (Yanomami); Upraarewë (levantar), que além do trabalho com a língua Yanomami, conta com o aprendizado da Língua Portuguesa, de aprendizagem do alfabeto português e letramento; e Rërëarewë (correr), em que é trabalhada a Língua Portuguesa, mas sem deixar de trabalhar a língua Yanomami. A assessora de campo da Secoya, Thaline Fontes, explica que uma particularidade do trabalho é que as próprias comunidades escolhem os professores Yanomami para ministrarem as aulas.   “A gente vem fazendo um trabalho de continuação da formação dos professores para o trabalho nas escolas. Tem novos professores sendo escolhidos pelas comunidades. Esse é um diferencial também. Não é a Secoya que escolhe quem vai ser o professor nas escolas, não é a SEDUC, é a comunidade. Todos os professores que trabalham nessas escolas foram magistrados pelo magistério indígena, com reconhecimento da SEDUC e são Yanomami”, contou Fontes. Parceria O gerente de Educação Escolar Indígena da SEDUC, Alcilei Vale Neto, explica que a parceria firmada com a Associação, potencializa as ações que a Secretaria já vem desenvolvendo com os indígenas. “A parceria que a gente tenta firmar sempre com a Secoya é porque eles têm uma equipe que trabalha com os Yanomami há muito tempo, potencializando essa educação própria do povo Yanomami, com pedagogos, com antropólogos, com sociólogos. Eles se colocam à disposição para ajudar a Secretaria a fazer a educação Yanomami e a secretaria, de certa forma, faz pactuação no sentido de financiar algumas questões deles na parte pedagógica”, destacou o gerente. Educação Escolar Indígena - Neto reforça ainda que a SEDUC, por meio da Gerência de Educação Escolar Indígena é responsável por uma série de ações em prol do fortalecimento da educação desses povos. “Nosso papel é pedagógico, atender os povos indígenas, sempre potencializando a qualidade no sentido pedagógico: formação de professores; formação continuada para os técnicos da Secretaria de Educação; produção de material didático bilíngue, monolíngue e multilíngue; formação continuada para os professores; e formação para os próprios técnicos da gerência que vão lidar com esse processo todo”, afirmou o gerente. Ainda segundo o gerente, uma das preocupações da Secretaria é com o material didático específico para atender de forma plena os povos indígenas. educação indígena (5) “Os povos que falam uma língua, contam com material didático em uma língua - ou na língua indígena ou na língua portuguesa -, interpretando a parte de visão de mundo deles, cosmologia, interpretação da natureza a partir da sua visão e contextualizados com os conhecimentos científicos. Os povos que falam duas línguas, a ideia dos materiais bilíngues (Língua portuguesa e língua indígena) é que potencialize a língua (indígena) e o português venha como uma segunda língua, partindo do princípio de que a língua indígena é a maior vertente que potencializa a cultura. A ideia da educação escolar indígena é justamente valorizar, potencializar a língua indígena, as práticas culturais desenvolvidas em cada comunidade”, informou Alcilei. Números Hoje, a SEDUC dispõe de 31 escolas estaduais de educação indígena, em que mais de 8,3 mil alunos indígenas estão inseridos. Além das escolas estaduais, a Secretaria dispõe ainda de 42 anexos de ensino indígena com 50 salas de aula, ofertando ainda a modalidade de ensino médio mediado por tecnologia, com 189 salas de aula.  
captura-de-tela-2022-02-09-as-01.26.171.png
Image
Image
Image
Back To Top
ChatboxWidget