Professoras amazonenses falam sobre a vocação de serem mães e educadoras
Celebrar o Dia das Mães é reconhecer o empenho e dedicação de mulheres que se doam incondicionalmente para garantir uma vida digna a seus filhos. Quando essas mulheres abrem mão de estar com os filhos diariamente para cuidar da educação de outras crianças e jovens, é que entendemos o verdadeiro sentido de ser mãe.
Professora do ensino fundamental da escola estadual de Tempo Integral Rafaiel Henrique Pinheiro dos Santos, localizada no bairro Colônia Terra Nova, zona norte de Manaus, Sinete Bernardino de Araújo, 33, natural do município de Eirunepé, é um exemplo de mãe dedicada e educadora carismática que não mede esforços para proporcionar às crianças com as quais trabalha todos os dias, uma educação de qualidade.
Para ela, que há dez anos veio para Manaus e encontrou no exercício da profissão de professora a realização de um sonho de infância, acompanhar o desenvolvimento de seus alunos e ter o reconhecimento dos pais por esse trabalho é a melhor parte do ofício.
[caption id="attachment_9825" align="alignright" width="250"] Professora Sinete Araújo, docente na escola estadual de Tempo Integral Rafaiel Henrique[/caption]
“Sempre trabalhei com a educação de crianças do ensino fundamental e para mim, essa é uma tarefa muito compensadora, pois como mãe, compreendo a preocupação dos pais em querer o melhor para os seus filhos, em saber que eles estão sendo bem cuidados. Trato meus alunos como se fossem meus próprios filhos e o carinho deles para comigo, além do reconhecimento dos pais, me deixa muito realizada”, afirmou a professora.
À espera de segundo filho, para Sinete Araújo, o segredo de ser uma boa educadora é a sensibilidade. “Antes de ser professora, sou mãe. Para lidar com crianças, é preciso ter a sensibilidade em perceber quando o aluno está com alguma dificuldade e quando merece uma atenção redobrada. As crianças passam mais tempo na escola do que com os próprios pais. Por isso, procuro estar atenta para, além de ministrar aulas, dar a eles o carinho que precisam”, contou.
Doação
Mãe de dois filhos e avó de quatro netos, a gestora da escola estadual Augusto Carneiro dos Santos, Haydeé dos Santos Carneiro, 62, que há 32 anos trabalha com a educação de alunos surdos, revela que apesar das dificuldades, não consegue se enxergar longe da arte de educar.
[caption id="attachment_9826" align="alignleft" width="250"] Professora Haydeé Carneiro é mãe e há 32 anos atua com a educação voltada para alunos surdos[/caption]
“Esse trabalho para mim é muito gratificante. Já passei, inclusive, da idade de me aposentar, mas me sinto tão feliz aqui na escola, que ainda preciso me acostumar com a ideia de um dia me ausentar. Tenho essas crianças e jovens como meus filhos e netos, pois eles são muito especiais e o carinho que eles me dão é algo que me faz crescer um pouco mais a cada dia”, explicou a gestora, que se tornou mãe pela primeira vez aos 23 anos de idade.
Além da percepção como gestora, professora Haydeé afirma que como mãe, entende que as crianças surdas precisam de uma atenção especial, principalmente vinda dos pais e familiares. “Muitos pais em nossa escola não conhecem a língua de sinais (Libras) e sentem dificuldade em se comunicar com os filhos. Como mãe, sei o quanto é importante esse diálogo, por isso é importante que os pais se esforcem para compreender e dar às suas crianças o afeto que eles merecem”, ressaltou a gestora.