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Novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa entra em vigor no Brasil

Obrigatório desde o dia 1º de janeiro, novo acordo ortográfico será adotado em concursos públicos e avaliações similares.

No último dia 1º de janeiro entrou em vigor no Brasil o novo acordo ortográfico, tendo como objetivo padronizar a ortografia e facilitar a comunicação entre os países que tenham como idioma oficial a língua portuguesa. O novo acordo, que a partir do próximo dia 16 também será adotado por países como Moçambique, São Tomé e Príncipe, Angola, Portugal, Cabo Verde e Guiné-Bissau, prevê uma série de alterações nas normas vigentes até então, dentre as quais, a alteração do alfabeto que passa de 23 para 26 letras a partir da inclusão de “K”, “W” e “Y”; a eliminação do trema e outras medidas. De acordo com a professora de Língua Portuguesa e técnica da Gerência do Ensino Médio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Ana Cavalcante, é imprescindível a observância ao novo acordo ortográfico. “Deve ser observado por professores, por estudantes, pela sociedade em geral e especialmente para os que pretendem participar de concursos nos quais serão avaliados o conhecimento em língua portuguesa. Para concursos e avaliações similares, passarão a ser ‘cobradas’ as novas diretrizes”, afirmou professora Ana Cavalcante. Segundo a professora e também técnica da gerência do Ensino Médio da Seduc, Lúcia Andrade, um dos objetivos do novo acordo é aprimorar o intercâmbio entre os países cujo idioma é o Português. “Com este intuito, pretende-se facilitar a divulgação bibliográfica entre os países e, inclusive, reduzir os custos econômicos de produções bibliográficas, que para comercialização necessitavam de adaptações”, informou. Com a perspectiva de facilitar o intercâmbio, o novo acordo, para professora Ana Cavalcante, favorecerá a ampliação de oportunidades no campo literário. “É uma iniciativa importante, pois poderá expandir a circulação literária entre os países afins”, completou a professora. Contexto De acordo como especialistas no segmento, a tentativa de padronização ortográfica teve início do século XX, quando Portugal estabeleceu um modelo de referência, que deveria ser utilizado em publicações oficiais. O Brasil, porém, não chegou a adotar à época as normas em sua totalidade. Ao longo dos anos, negociações e acordos suplementares vêm sendo firmados pelos países. O último deles, firmado em 2008 – com regras, embora não obrigatórias, adotadas, em parte, no Brasil em 2009 – as quais passaram a ser obrigatórias no dia 1º de janeiro de 2016. “No Brasil, o processo de adaptação ganhou força em 2011 com o Ministério da Educação (MEC) inserindo as novas orientações nos livros didáticos que são adotados pelas escolas brasileiras. A partir desta decisão, a adaptação vem acontecendo de forma paulatina”, explicou a professora Lúcia Andrade.   Novo acordo ortográfico e suas principais alterações 1) Palavras terminadas em “ôo” e verbos terminados em “êem” perdem o acento. Exemplos: voo, enjoo, creem e leem.   2) Vogal tônica do hiato formado com ditongo decrescente perde o acento agudo. Exemplos: feiura, Bocaiuva.   3) Ditongos abertos “ei” e “ói” em paroxítonas, perdem o acento agudo. Exemplos: assembleia, joia, heroico.   4) Algumas palavras homônimas perdem o acento diferencial. Exemplo: “para” (do verbo parar), “pelo” (substantivo) e “polo” (substantivo).   Exceções: (1) Continua o acento diferencial nos verbos “poder”, diferenciando o passado do presente. Exemplo: Ele não pôde ir ontem, mas pode ir hoje. (2) Continua o acento para diferenciar o verbo “pôr” da preposição “por”. Exemplo: “Vamos por outro caminho por isso vamos pôr sapatos. (3) Continua o acento nos verbos “ter” e “vir”na conjugação da terceira pessoa do plural. Exemplo: Ele vem; Eles vêm / Ela tem sede; Elas têm sede.   5) O trema foi abolido, sendo aceito somente em nomes próprios.   6) Palavras compostas com elementos de conexão perdem o hífen. Exemplos: dona de casa, mão de obra, dia a dia, passo a passo   Exceções: (1) No caso de nomes de animais e plantas, o hífen permanece. Exemplos: mico-leão-dourado; (2) Em casos consagrados pelo uso, o hífen permanece. Exemplos: cor-de-rosa, pé-de-meia.    7) Em palavras derivadas com prefixos dissílabos terminados em vogal permanece o hífen se a palavra seguinte começar por “h” ou vogal igual. Exemplos: anti-horário, micro-ondas, contra-ataque. Obs: Nos outros casos, não há hífen. Exemplos: antivírus, infraestrutura.   8) Se o segundo elemento das palavras com prefixos dissílabos terminados em vogal começar em “s” ou “r”, deve-se duplicar a letra. Exemplos: minissaia, autorretrato.   9) Não há hífen nas palavras derivadas com prefixo “co-”. Exemplo: cofundador, coprodução. Obs: Se a primeira letra do segundo elemento começar com “r” ou “s”, dobra-se a letra. Exemplo: corresponsáveis.   10) Palavras formadas com advérbio “não” ficam separadas sem hífen. Exemplos: não fumante, não governamental.
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