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Projetos incentivam a leitura nas escolas

Para auxiliar a alfabetização das crianças e incentivá-las à leitura, as escolas da rede estadual de ensino do Amazonas estão investindo em programas pedagógicos que estimulam o aprendizado a partir da brincadeira. Além das aulas, os estudantes participam de atividades após o tempo em sala. Desenham, recortam, colam, pintam, ouvem e são levados a contarem as suas próprias estórias.

 

Não há padronização nos projetos pedagógicos. Cada escola desenvolve o seu a partir da realidade da comunidade ou do bairro em que funciona e das dificuldades de aprendizado enfrentadas pelos alunos no dia a dia da sala de aula. “As escolas têm realidades parecidas e, ao mesmo tempo, distintas. Cada uma é motivada a superar as dificuldades e a criarem alternativas para atingirem as metas”, afirmou o secretário estadual de Educação, Gedeão Amorim.

 

Primeira colocada, na edição do ano passado, de um concurso promovido pela Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino (Seduc) para premiar projetos de incentivo à leitura e à escrita, a Escola Estadual Menino Jesus de Praga, localizada na Chapada, zona Centro-Sul de Manaus, é um exemplo bem sucedido de como as crianças podem aprender brincando e desenvolver o gosto pela leitura.

 

A diretora da escola, Mônica Souza, considera o projeto “Viagem ao Mundo da Leitura” um divisor para o colégio. Com ele, as crianças se mostraram mais interessadas nas aulas e até aprenderam a ler mais rápido. “Alcançamos resultados excelentes. Crianças que começaram ano passado, no primeiro ano, com três meses já estavam conseguindo ler e escrever algumas palavras. É um trabalho lúdico e isso é mais atraente, mais significativo, porque tem a ver com o universo delas”, disse.

 

        
Gêneros diferentes estimulam

        
Na escola, que possui cerca de 240 crianças em turmas do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental, todos os estudantes participam. Pela dinâmica do projeto, em cada mês letivo, o professor trabalha um gênero textual diferente. Das lendas indígenas às histórias em quadrinhos. Após ter acesso a um material bibliográfico sobre as características de cada gênero, as crianças são estimuladas a produzirem.

 

“Cada série possui uma dinâmica própria. Os pequenos trabalham com os desenhos porque ainda não conseguem escrever e ler. Os maiores já produzem seus próprios textos”, explicou a coordenadora do projeto, professora Nilva Maria Bentes.

 

“Eles gostam muito de desenhar, ouvir estórias. Quando eles ainda não conseguem ler, pedem para que a gente leia as histórias. Em seguida, eles fazem a produção, escrevem, desenham, pintam. Eles ficam à vontade com esse sistema”, comenta a professora Alzilete Mafra.

 

Melhor desempenho escolar

        
Para a estudante Ana Elita Pereira, 9 anos, que faz o 4º ano do ciclo de aprendizado na escola, o mais interessante foi poder conhecer histórias e escrever as que ela imaginava. “Eu gostei de brincar, de ler, de tudo. Só com um papel e um lápis, a gente vai viajando”, disse.

 

A dona de casa Márcia Pereira, mãe de Ana Elita, sentiu que o desempenho escolar da filha melhorou com a participação no projeto. “A escrita e a fala dela melhoraram. Ela criou um costume de procurar ler. Até perdeu um pouco a timidez. Esse ano eu notei que ela se enturmou, está mais comunicativa com a professora”, contou.

 

O estudante Bruno Nonato Barros, 7 anos, que faz o 3º ano do ciclo de aprendizado na Escola Menino Jesus de Praga, ainda guarda em seu caderno o convite de aniversário que escreveu para a avó durante a aula do projeto. O convite ainda não foi entregue porque a avó de Bruno está doente e o menino ainda não pôde visitá-la no hospital. Ele prefere entregar o convite pessoalmente. “Espero a senhora (vovó) na minha festinha e não se esqueça do presente”, escreveu o menino, no convite.

 

No ano passado, entre os alunos que participaram do projeto de incentivo à leitura e à escrita da escola Menino Jesus de Praga, o maior destaque foi o estudante Paulo Henrique, 8 anos, que, atualmente, está no 4º ano do ciclo de aprendizado.

 

A diretora da escola lembra que Paulo estava com dificuldade para ler e parecia não prestar atenção nas aulas. O bom desempenho do garoto lhe rendeu um notebook. O ‘troféu’ é usado para pesquisar na internet, com a ajuda da mãe, os trabalhos da escola. “O último foi um trabalho sobre água. Eu gosto de escrever no computador”, falou.

 

Para Luane da Silva, 9 anos, a experiência de contar suas próprias “historiazinhas” foi tão boa que ela já imaginou uma nova para escrever. “É a ‘Água de Cristal’. Eu pensei na minha cabeça que era uma menina que viajava e queria tanto encontrar um cristal. No dia em que ela foi tomar banho no rio, ela viu um negócio brilhando no fundo, viu e não era (Cristal). Era uma tartaruga”, adiantou.

 

“As crianças chegam com muita dificuldade na leitura e escrita. Se conseguirmos desenvolver isso, elas vão fluir muito bem em todos os aspectos da vida. A gente não pode esperar que todas as crianças aprendam no mesmo ritmo. Cada criança é um universo diferente”, frisou Mônica Souza.

 

Escritores mirins lançam obras a partir de atividades escolares

        
Outro projeto de estímulo à criatividade e à leitura é o “Pequenos Autores”, realizado desde 2008 pela Seduc, em parceria com o Grupo Simões. Em cada edição, o projeto publica as dez melhores histórias escritas por estudantes da rede estadual de ensino e inspiradas em lendas amazônicas.

 

“O professor cuida apenas da parte pedagógica e gramatical e não pode interferir no andamento da história. A gente percebe que isso faz com que eles usem mais a biblioteca da escola para pesquisar”, ressaltou a coordenadora de bibliotecas escolares da Seduc, Sônia Rodrigues, uma das responsáveis pela organização do projeto.

 

Para este ano, o “Pequenos Autores” pretende alcançar escolas do interior do Amazonas. A meta é trabalhar com seis escolas da capital e quatro da Região Metropolitana de Manaus.

Programa de Reforço Escolar intensificará aprendizado

Além dos projetos especiais desenvolvidos pelas escolas com apoio da Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino (Seduc) e de instituições parceiras, o secretário estadual de Educação, Gedeão Amorim, destaca projetos realizados em parceria com o Ministério da Educação (MEC), que ajudam a fortalecer a alfabetização no Estado.

 
“Nos primeiros cinco anos, o forte é justamente o trabalho com as habilidades iniciais de leitura e desenvolvimento de raciocínio em matemática, o chamado período dos ciclos e alfabetização. Além dos nossos próprios projetos, temos trabalhado com alguns projetos do MEC que nos ajudam bastante a melhorar o desempenho na universalidade dos alunos”, disse.

Amorim disse que a próxima meta é implantar o Programa de Reforço Escolar voltado a estudantes dos ensinos fundamental e médio, uma determinação do Governador Omar Aziz. Para o ensino fundamental, o reforço escolar vai envolver as disciplinas de Matemática, Língua Portuguesa e Ciências. Já para o ensino médio, o reforço abrangerá as disciplinas de química e física. “O governador quer um programa mais intensificado, mais fortalecido e, se possível, envolvendo outras instituições como a igreja e as associações de base”, disse.

 

Lançado no ano passado, o “Leitura para a Juventude” é outro projeto que estimula a leitura nas escolas da rede estadual de ensino. Realizado em parceria com o MEC, o programa distribuiu, gratuitamente, 800 mil livros para os 150 mil estudantes do ensino médio e quatro mil professores da rede, além de kits de literatura com 480 títulos literários para as bibliotecas das escolas de ensino médio, contendo obras produzidas por escritores nacionais e internacionais.

 

Todos os 62 municípios do Amazonas foram contemplados com o projeto, atendendo um total de 244 escolas que oferecem o ensino médio. As atividades do projeto contemplaram uma formação continuada com carga horária de 40 horas aos mais de quatro mil professores que trabalham com estudantes do ensino médio. Essa etapa da iniciativa atendeu a todos os municípios do Estado durante os meses de julho e agosto do ano passado.

 
O governo do Amazonas também está apostando na tecnologia como uma das ferramentas para melhorar a educação no Estado. Os professores da rede municipal de ensino de todos os municípios já começaram a receber os 20 mil notebooks incrementados com software pedagógicos para auxiliar em sala de aula.

Ano passado, profissionais da rede estadual, na capital e interior, também já haviam recebido os computadores portáteis.

 

Fonte: Agecom

Foto: Agecom

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